Prefiro revisitar minhas memórias
pra me fazer sempre nova

17 de agosto de 2012

Resigna-me coração

Resigna-me coração
pelas escolhas que vislumbrei,
pois não o posso fazer sozinha.
E tudo mais fiz?

Se no coração habita o perdão
no ventre o próprio apocalipse,
e fundem-se
metamorfos
ora à fuga
ora à luta.

Afugentam o passado
também o medo.
Afungentam um ao outro
e a si mesmos.

Devoram a vida
aglutinam a carne, os espinhos,
os sentidos, as sensações...
Abro os olhos
assalta-me a fúria:
-- Sou o monstro de mim...
Resigna-me coração.


Publicado na antologia poética Nós da Poesia vol. 2

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