Não
tema a morte!
Não
quando ela vem pelos caminhos da Verdade.
Não
tema,
Pois
ela te espera com um abraço,
Acalento.
Não
tema a morte,
Se
o que mais buscas
É a
luz.
Neste
caso, a morte não é o fim:
É
a redenção.
Não
tema o fim da vida
Se
seus pés
–
embora descalços –
Trilham
pela lucidez.
Espere,
porém, pela solidão
E vazio
de rumar alheio
Ao
que o mundo oferece de pronto
De
fácil
De
mesquinho...
Não
tema a morte através da luta.
Não!
Aquela que vem pelo suor
Pelo
calo
Pela
dor
Pela
lágrima – já seca –
Pela
impunidade sofrida
Será
a remição da alma
Será
o calor materno
Será
a aceitação divina
Num
finalmente que penou findar.
Ah,
mas tema o fim dos tempos
Se
você viu a vida passar
Do
alto do seu nariz
E se
tudo que desejou foi matéria
(Física
Monetária
Jornalística
De
revista
Egocêntrica
Fútil).
Tema!
E tema agora,
Pois
a morte te espreita
Como
você à vida fácil
Ao ócio constante.
Ela
espera-te, salivando,
Como
você esperou
Que
tudo caísse nos braços
Como
sorte.
E
também quando você desumanizou
Os
já tão vencidos homens
Da
triste sina
Da
dura lida.
Tema,
pois não há culpa
Remorso
ou responsabilidade
Em
relação a esses semelhantes
(Que
serão carregados de bom grado
Ao
infinito merecido
Campo
verdejante do Céu)
Que
o salvará de ouvir do vento
Apenas
o choro estridente
Das
crianças
Ignoradas.
Não
engula seco!
Tome
seu chá inglês
Acompanhado
do goûter
Enquanto
vê passar
Os
derrotados, os desafortunados
Os
ignorantes e os coitados
Ao
empíreo
De
abóbada celeste.
Sossegue,
no entanto
Se
a batalha da existência
O castigou
impertinentemente
Enquanto
buscava
Simplesmente
A quietude
depois do trabalho.
Descanse,
agora, e não tema
Porque
depois da morte
Tudo
se serena.